Um Olhar desvia a Alma
Num des’concerto onde a música não toca
Des’anda o rumo
Na direção do des’engano
De um sonho dis’torcido
No espelho côncavo
Em uma luneta lunática
Vejo ao longe sob a névoa do Tempo
O Futuro
Há um encanto de canto a canto
Nas lentes embaçadas
Do café quente que evapora
No calor da boca que saboreia
E põe nos olhos o que o corpo deseja
Na pele que reage a um simples gesto
De um olhar despretensioso
Que a Alma desvia
Devia o olhar desviar
Mas não há razões no pensamento
Do transtorno que causa o desejo
E da janela que na Alma se abre
Embaçada pelo transpirar dos poros
Aos poucos se vislumbra no Horizonte
Um mundo inteiro de Sonhos