20 de setembro de 2013

Des-contos de uma Lua

Em Noite de Lua Crescente...

Ele não sabia que estava sendo observado, ao longe um vulto se faz em silhueta à sombra da luz...
A Lua, que outrora se escondia por entre as nuvens, desandou em um sorriso alargado, um pouco inclinada para o Norte, - Vai chover, pensa ele, - ou seria ao contrário?... Não lembra mais.
Sob o silêncio do universo os grilos criquilam pelos arbustos e grama rasteira, a relva já fria e umedecida pelo orvalho da noite que já cai há duas horas... Em tempo, a Lua se vai como quem se delicia com a partida, sabendo que amanhã virá mais cedo, ficará mais tempo, e assim será até que fique a noite toda...
Sentado, olhos fitos no horizonte escuro, ensolarado pelo reflexo da luz que a Lua emprestara do sol, aqui e ali um reflexo das gotas de orvalho, fresco, recém-nascido...
A silhueta está mais próxima, caminha em sua direção, vislumbra um sorriso doce e meio, sente o perfume a alma dilata em uma imensidão de afeto e carinho, a sensação de ser abraçado em alguns segundos toma conta do corpo que sente calafrios de emoção...
De súbito alguém lhe tapa os olhos com as mãos, sente-a gelada, apalpa, tenta reconhecer instintivamente, se angustia pela dúvida e incapacidade de decifrar, sente raiva pela interrupção daquilo que estava prestes a acontecer... -É a Saudade,- sussurra ela ao seu ouvido.
Retira a mão, e ele fita novamente o Horizonte já tomado pelas sobras, a lua, com o sorriso melancólico se esconde rapidamente por trás das árvores ao longe.
Uma gota de orvalho quente escorre em sua face..
Se levanta e vai, sabendo que amanhã ela virá, quando menos espera, e ficará para sempre em seu mundo...

Péricles in:
S2S2


    

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